Diversas ferramentas e sistemas de informações logísticas fazem menção à sigla SKU, que vem do inglês e significa Stock Keeping Unit. Mesmo no Brasil, é comum usarmos a sigla em inglês, mas alguns livros a traduzem como Unidade de Manutenção de Estoque.
Apesar de ser um termo muito usado no dia a dia do profissional de logística, nem todo mundo compreende o que é exatamente um SKU. Neste artigo tento esclarecer as principais dúvidas que ouço de alunos e de profissionais de gestão sobre esse tema.
SKU é um identificador que é usado para diferenciar os itens em estoque com base em suas características específicas. Cada produto diferente em estoque deve receber um código SKU diferente, para que possa ser possível acompanhar informações sobre o nível de estoque, histórico de demanda, além de sua localização nas instalações de armazenagem.
Suponha que você possua um e-commerce de produtos eletrônicos e você tem em estoque 10 Televisores LCD de 42 polegadas da Marca A. Esse produto deve possuir um código SKU próprio e sua posição de estoque deve informar que você tem 10 unidades desse SKU. Imagine agora que você também tenha em seu estoque outros 6 Televisores LCD de 42 polegadas, porém da Marca B. Esse segundo produto também terá seu SKU próprio, pois trata-se de um produto diferente do televisor da Marca A. O fato de a marca ser diferente já requer que um SKU diferente seja utilizado.
Para facilitar o entendimento, considere este segundo exemplo. Em uma papelaria há canetas azuis e vermelhas de uma mesma marca. Ambas as canetas são idênticas, sendo diferenciadas apenas por sua cor. Devemos usar o mesmo SKU para as duas cores de caneta, ou seria melhor utilizar um SKU diferente para cada cor?
Se você já compreendendo o conceito de SKU, provavelmente terá respondido que cada cor de caneta precisará de um SKU diferente. Isso é muito importante para a gestão de estoques por diversas razões. Primeiro, suponha que você esteja interessado em estudar o comportamento da demanda por canetas azuis e vermelhas ao longo do tempo para fazer previsões e determinar lotes de compra. Além disso, você precisa ser capaz de determinar quando o nível de estoque de um dos modelos de caneta ultrapassou o ponto de pedido. Somente será possível fazer essas análises separadamente se SKUs distintos foram adotados para cada cor de caneta.
O SKU deve ser um código único dentro de sua empresa, não havendo necessidade que esse código seja único em toda a cadeia de distribuição. Alguns especialistas recomendam que o SKU seja um código de fácil compreensão e leitura por parte dos funcionários. Por exemplo, o televisor LCD de 42 polegadas da Marca B, na coloração preta, poderia receber o seguinte SKU:
Utilizar SKUs nesse formato facilita atividades de picking no armazém, reduzindo a possibilidade de erros. Apesar disso, há empresas que usam códigos numéricos arbitrários como identificadores dos produtos. Isso não é errado, mas pode dificultar a busca por produtos no armazém, tornando indispensável o uso de códigos de barra e coletores de dados.
É importante destacar que códigos SKU são identificadores usados apenas internamente em sua empresa, para fins de controle de estoque. Se você compra produtos de algum fornecedor, não utilize o SKU fornecido por ele, pois o fornecedor pode inadvertidamente mudar a codificação de seus produtos, levando a inconsistências nos saldos de estoque da sua empresa.
Outras fontes para leitura
[1] www.practicalecommerce.com/articles/88529-Inventory-Labeling-Basics-SKUs-UPCs-EANs
[2] blog.barcoding.com/2010/01/upc-vs-sku/
[3] www.ecommercefulfilment.com/company/blog/whats-sku-how-introduce-your-products-digital-world